As Maravilhas da Ponte Aérea

Imagine você confinada no bendito aviãozinho, várias vezes por semana. Você sempre escolhe um assento próximo à janela, para que possa exercer com conforto sua paranóia controladora (se tem nuvem, se não tem, se faz barulho, se tem avião voando perto... enfim, coisa de gente às portas da internação). Mas excepcionalmente nesse dia, PORQUE DEUS É PAI, você faz seu check in e pede COR-RE-DOR.

Você entra no avião, senta na sua poltrona, e ali está ele. A apenas um corredor de distância, você não precisa nem esticar o braço para tocá-lo. O avião decola, as comissárias controlam o alvoroço... E ele está lá, de jeans e tênis sem meia, com aquele ar de sou tão largado na vida. Ele reclina a poltrona, e dorme. COMO DORME! a viagem TODA! Então você reclina sua poltrona e fecha os olhos. Por um instante, promove uma troca de cenários. Em vez do avião, dos outros passageiros sentados lendo jornal, você está no seu quarto, deitadinha sob seu edredon, e bem ali do seu lado, está aquilo tudo dormindo.

A comissária oferece "SANDUÍCHE, SENHORA?". Que sanduíche, pelamor? Saia do meu sonho, sff. Você rejeita o sanduíche e fica puta com a comissária que roubou seu cenário. Mas quando pisca, vê que aquilo tudo continua ali, dormindo do seu lado!

Sobe avião, desce avião, e você nem aí. Esse Luciano Szafir é mesmo um espetáculo.