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Porque passei o final de semana acompanhada também por um local, andei descobrindo coisas com as quais nem sonhava ate então. Ando por Manhattan e parece que cada coisa tem um sentido diferente. Bem, muitas delas têm mesmo...

Eu nunca tinha ficado no East Side. Parece bobagem, mas a cidade pra mim está ao contrário. A quinta avenida, que antes ia, agora vem. A Madison, que era pra lá da Quinta, agora é pra cá. E assim vamos, eu andando algumas quadras até me dar conta de que estou indo ao lado errado.

Michael nos encontrou no lobby do hotel sexta à tarde,e sugeriu que fossemos até a Grand Central, lá ele queria nos mostrar uma coisa. Subimos ladeira, subimos escada, atravessamos a Grand Central inteirinha e então ele parou. Pediu que eu ficasse exatamente onde estava. Guiou Zé Augusto até um canto, a quina de uma pilastra, e o colocou como de castigo, no cantinho, nariz na quina. Depois fez a mesma coisa comigo, na quina oposta, a pelo menos uns 100 metros de distância, e pediu que eu dissesse alguma coisa. Então eu disse ''oi queridinho" e a resposta veio, na minha cara com força total ''Oi, to te ouvindo''.

Quase caí sentada. A esplêndida arquitetura da Grand central faz com que o som suba pelas paredes e faça a curva no teto, descendo intacto pela parede oposta. É como um sensacional telefone sem fio, e sem telefone tambem!

Fantastico como a comunicação entre duas pessoas pode transpor a distância - qualquer uma - dessa forma!