Dubai - A chegada

Acho até que já comentei, mas vale o reforço: voar pela Emirates não é nada parecido com as coisas que eu já conheço. O avião, novinho, é lindo por dentro. Sim, há mais espaço para as pernas, e um ligeiro maior conforto para quadris largos como os meus. A comida é farta e excelente, o serviço é cortês e atencioso, os banheiros são mais e maiores, e o tal ICE - o sistema individual de entretenimento a bordo - é espetacular. Tudo feito pensando em quem vai passar quase quinze horas lá dentro direto (é, a Emirates tem um vôo diário de São Paulo pra Dubai, non stop).

Chegar em Dubai, pra quem vai para as arábias pela primeira vez, assusta um pouquinho. Principalmente porque a gente tem uma visão muito, muito, muito distorcida do Oriente Médio. Quem é que estamos acostumados a ver com turbantes, túnicas compridas e panos sobre a cabeça? Os terroristas de filmes, claro. Só que não, né? O Cidadão comum usa turbante. ou panos sobre a cabeça. Possivelmente eram roupas originalmente usadas pra proteger do sol e do vento do deserto.

As mulheres emiratis usam, sem exceçao, uma vestimenta preta, comprida, de mangas compridas, para sair de casa. Sobre a cabeça, um lenço que esconde o cabelo, o rosto, até mesmo os olhos, dependendo do grau de religiosidade daquela mulher. Mas sempre o cabelo.

Só que não é a burca, que acostumamos a ver nos documentários sobre as mulheres afegãs que vivem sob o regime talibã. São como sobretudos de um tecido leve, sempre preto, mas muito bonitos. Quase todos são bordados em toda a volta, alguns têm pedrarias aplicadas combinando com as mangas e o lenço. E as mulheres estão sempre perfumadas, impecavelmente maquiadas, cobertas de jóias, com as unhas feitas e bolsinhas Louis Vuitton. Não são umas caídas. SÃo super vaidosas e bem cuidadas.

Quando a gente sai, ainda no aeroporto, dá um susto: parece que será invadido por homens de túnica e turbante. Mas isso dura só até o estacionamento. Depois que a gente entra no carro e um motorista sorridente, provavelmente paquistanês ou indiano, se enche de simpatia, e começamos a ver pelo vidro as inacreditáveis imagens da cidade, tudo passa.

Só não passa a vontade de ir de novo.

(foto by Lala. Ficou legal né?)