As Más Línguas

Beijo é bom. Aliás, bom não, bom é chocolate. Beijo é mais que isso, é uma experiência quase espiritual. Eu ADORO beijar. Adoro beijo. O beijo transmite sensações que NADA mais é capaz de transmitir. Beijar é tudo.

Mas beijo também pode ser complicado às vezes.

É muito raro encontrar alguém cujo primeiro beijo tenha sido show. Claro, o primeiro beijo tem uma carga emocional monstruosa, é tudo diferente, o coração parece que vai sair pela boca. E normalmente é esquisito. Até é bom, mas é esquisito. Tudo bem, a gente sobrevive e vai aprimorando.

Complicado é repetir a complicação do primeiro beijo na vida adulta. Não sou adepta dos conceitos absolutos do tipo "fulano não sabe beijar", "Beltrano é ruim de cama". Acredito mesmo que esses conceitos são absolutamente relativos: "fulano não sabe ME beijar" e "Beltrano e eu não somos bons juntos na cama". Não acho que haja alguém bom de cama sozinho. As pessoas são boas umas com as outras, assim como beijos funcionam entre duas bocas.

Mas às vezes a coisa pega. Como a amiga que tinha um namorado que a presenteava insistentemente, segundo ela própria, com o beijo "Perdidos no Espaço". Como é isso, eu quis saber. "É assim, o cara te beija E NÃO PÕE A LÍNGUA NA SUA BOCA". Ruim. Muito ruim namorado beijar sem língua.

Outra amiga teve a experiência inversa, e namorava um "cachorrinho". Com muito tato, ela tentava dizer ao moço POR FAVOR NÃO ME LAMBA!!!!! Mas ele não entendia. Ela tentava ser delicada e sutil: "Adoro beijo, essa combinação de lábios, língua de vez em quando..." e nada! Tentou ser mais explícita, ameaçando de brincadeira: Vou morder sua língua hein?
Mas o cara continuava com a lambeção, que tornou-se desagradável e aflitiva.

Aí fica difícil, porque chega a hora em que acaba o prazer de beijar. E já que acabou o prazer em beijar, deixa pra lá, não é mesmo?