Mulheres sábias e os Homens que Amamos

Amar é maravilhoso. Doce como a rapadaura, e portanto, não é mole não.

Ontem ouvi frases proferidas pela namorada de um amigo que me fizeram pensar muito. Ela contava que o namoro já vem há um ano e meio, o que me causou surpresa, porque ela só apareceu para registros agora. E ela sabe disso. Sabe que estava escondida, e que durante tempos foi excluída dos círculos. Ela suspira e diz: "eu suportei".

Nesse "suportei", há muito pouco de resignação. Não estamos falando da mulher condescendente, quase desesperada, disposta a qualquer coisa em nome de um grande amor. Não é isso. Ao contrário. Ela gostou dele, achou que dava pé, e escolheu dar à relação tempo e espaço para que sozinha evoluísse. Esperou pacientemente e foi ganhando espaço na vida dele, pouco a pouco. Estão num ponto em que ele telefona pra ela todo dia às SEIS da manhã, DDI via Embratel, para dar bom dia. Ela sabe onde está pisando. Ele ainda não.

Ele ainda não se deu conta do espaço e da importância que essa moça assumiu na vida dele. Ele nem sabe que respira melhor porque ela está ali.

Esse meu amigo, como quase todos os homens, se acha muito esperto. Acha por exemplo que ela não sabe das palhaçadas que andou fazendo nesse ano e meio. O que ele não sabe, é que nós, mulheres, sempre sabemos qual é o nosso homem e qual não é (há sempre as patológicas que insistem em achar que é seu o homem que é de outra, mas são casos isolados de enfermidade). Nós sabemos quando a relação é a nossa, precisa de espaço, de perdão, de paciência.

Os homens que amamos nos tiram do sério às vezes. Eles se esforçam muito para isso, não é justo que não consigam! :-)

Hoje, conversava com uma amiga, que ficou muito magoada com uma grosseria do marido. Não falou nada. Esperou, como mulher sábia, calada. Ele saiu de casa, voltou com um vaso imenso de flores e pediu muitas desculpas. E ela me disse: eu tenho vontade de socá-lo. Fico olhando pra ele querendo mesmo socá-lo, mas depois ele faz algo fofo e eu penso que não consigo mais viver sem ele, então fazer o quê?

E é assim comigo também. Não tenho a menor intenção de ficar sem ele, embora às vezes queira matá-lo. Mas, como essa minha amiga, paro e penso: está cada vez mais dificil pra mim abrir mão do sorriso dele, da mão carinhosa que segura na minha, de um mundo de coisas que fazem de mim uma pessoa muito melhor.

Um brinde! A nós, as mulheres sábias, que permitimos que os homens que amamos continuem fazendo parte da nossa vida.

(Foto: Sabrina e Mateus, clicados por Adri Brier)