O Banheiro

Sei que banheiro é um assunto íntimo. Delicado. Sei também que, manias à parte, muitas pessoas têm sérias restrições quanto ao uso deste aposento.

Desculpe a intimidade, mas va lá, banheiro é um lugar onde TODO MUNDO vai. Eu vou, você vai, aquela bonitona do seu trabalho vai. Todo mundo faz força, todo mundo leva revista, todo mundo dá a descarga olhando, todo mundo olha o papel.

Ok. Todo mundo vai. Mas não é por isso que temos fazer um press release cada vez que vamos. Todo mundo vai, todo mundo faz a mesma coisa, mas a gente não quer O MUNDO compartilhando nossos momentos mais íntimos.


Devia haver uma lei regulamentando as condições e - mais importante que tudo - a localização dos banheiros nas empresas.

Hoje à tarde conversava com uma amiga que diz que o banheiro feminino na empresa em que ela trabalha fica a 1,8 km da mesa dela, e que ela só vai quando não pode mais esperar.


Era TUDO o que eu precisava pra ser feliz. Aqui na masmorra, o banheiro é, LITERALMENTE, no meio do escritório. Do tipo em que dá vergonha até de fazer xixi, e você fica lá, fazendo devagarinho, pra evitar o TSHHHHH em dolby stereo surround.


Até aí tudo bem. Danuza ensinou que a primeira coisa que você faz quando entra num banheiro que não seja o seu próprio é abrir a torneira, mesmo que você só tenha ido empoar o nariz ou passar batom.


Mas tem coisa que não dá. Imagine você com dor de barriga, sabendo que esse banheiro que você enxerga da sua mesa é o único disponível. Que não só você o enxerga da sua mesa, mas também o Rodrigo, o Edu, o Ale. Aliás, o Rodrigo está bem na porta, e a cara dele é a primeira coisa que você vê quando abre a porta da casinha.

Não dá pra correr o risco das coisas que acontecem: sons, papel que acaba, fluxo de água insuficiente na descarga....


O resultado é esse: mulherada com cistite, todo mundo enfezado.


Se fosse pra ficar no meio de todo mundo, PRIVADA teria outro nome. Ara.