sexta-feira, setembro 29

Um Novo Tempo



Todo começo é complicado. Excitante, mas complicado.

Eu estou em um começo. É um novo trabalho, absolutamente instigante, motivador... sensacional!
É claro que o coração ainda não encontrou seu ritmo correto, o descompasso está a cada passo, e há MUITA inquietude em torno do que virá.

Mas eu sei que vou ficar bem. Vou ficar bem assim que:

- Aprender o caminho pro banheiro: na minha primeira semana, que se encerra hoje, fiquei trancada na escada de incêndio duas vezes tentando achar a "casinha".

- Descobrir como faço pra tirar café com menos açúcar da máquina: na minha primeira semana, estou com níveis elevadíssimos de glicose por conta do café (e dos biscoitinhos Negresco que ficam na copa PISCANDO pra mim).

- Conseguir reservar uma sala pra reunião sozinha: na minha primeira semana, precisei recorrer ä ajuda dos universitários pra isso.

- Acertar o lado da catraca para entrar: na minha primeira semana, eu insisto em passar o crachá na catraca DO LADO, e não na mesma que meu quadril empurra em vão.

- Souber quem faz o quê: na minha primeira semana, tenho arrancado com frequência gargalhadas dos colegas, perguntando "quem é fulano", "cicrano faz o quê mesmo", e "com quem eu tenho que falar a respeito disso".

- Assumir alguma propriedade sobre o que falo: na minha primeira semana, morro de insegurança e tenho tido com frequência a sensação de que não sei nada.

- Andar pelos corredores cumprimentando caras familiares: na minha primeira semana, é todo mundo estranho.


Mas tem uma coisa que eu não gostaria que mudasse, e essa coisa é meu entusiasmo. Na minha primeira semana, tô achando que posso voar!

sábado, setembro 23

Quem já não quis?


Estão dizendo que o homem jurado de morte pela bandidagem toda foi na verdade morto pela namorada. Uma moça bonita, mais jovem, mais culta, mais endinheirada, mais tudo que ele. Hoje conversando com amigas, chegamos à conclusão de que a grande maioria de nós mulheres ja teve vontade de atentar contra a vida de um homem ou outro. A homarada bota a gente louca mesmo.

Uma amiga confessou que chegou a acariciar a arma do ex-marido, que andava com outra, e que só não atirou nele num momento de fúria porque o anjo da guarda desviou a rota do moço e ele não apareceu.

Outra disse que em arma não pegou, mas que sentou uma bolacha na cara do fulano, na porta da escola dos filhos.

Eu, que nem tenho ex-marido nem nada, já tive muita, mas muita vontade mesmo de machucar um ex-namorado. Eu sei que sou mais bonita, mais culta, tenho amigos mais legais e um monte de coisas mais legais do que ele. Mas o instinto de uma mulher ferida é machucar de volta.

Pelo sim pelo não, é bom não haver armas por perto quando os cafajestes sacaneiam a gente e ainda assumem uma aitutde de "eu não fiz nada, ela é que é uma destemperada". Tá todo mundo careca de saber que a homarada tira mesmo a gente do sério, mas homem nenhum nesse mundo vale a mácula da gente ter que carregar um tiro na consciência.

E como disse ainda uma outra amiga, a gente tem que querer ter por perto gente que desperta o que temos de melhor, não nossa banda podre.

sexta-feira, setembro 8

Shop ´Til I Drop



Eu já devia saber. Todo mundo sabe o que fazer com cinco mil reais, claro. Mas só até você tê-los na mão, e ficar o tempo todo pensando em como não usar mal seu prêmio.

Foram muitas, inúmeras idas ao Shopping, e só no último minuto mesmo fechei a tampa. Presentes pra mim, presente para a mãe, presente para a irmã que vai casar. Todo mundo ficou feliz. Foi simples como isso. Certo?

Errado. Primeiro porque sou libriana, e a dúvida constante faz parte da minha natureza. Um notebook ou uma secadora de roupas? (uma ida ao cyber depois e uma visita rápida às roupas que já iam para o terceiro aniversário no varal, úmidas como o orvalho da manhã me fizeram escolher com firmeza). Um tênis bacanudo que poupe meus joelhos ou um sapato MA-RA-VI-LHO-SO, com saltos que não poupam nem meus joelhos nem meus pés nem minha coluna?

Um freezer para a mãe, uma secadora de roupas para moi, uma batedeira que ao que tudo indica limpa, passa, costura para a irmã. O tênis bacanudo para poupar os joelhos. Um relógio liiiindo. O Silvio Santos falando "OI!" atrás de mim.

Sim, minhas colegas de auditório. Um clone do Silvio Santos e um fotógrafo foram escalados para a maratona do meu sonho de compras. Eu andava pelos corredores do shopping, ele andava atrás de mim, com um cheque vermelho IMENSO, ENORME, anunciando a todos os presentes que eu era a vencedora do concurso e o que que ela vai levar Lombardi?

Por sorte não comprei calcinhas, e no Ibirapuera não tem Sex Shop. Ou algo realmente embaraçoso, como uma fralda para incontinência urinária ou uma camiseta do timão.

TODO o shopping soube que eu ganhei um concurso, e que estava ali pra torrar as cinco pilas em mimos. Quase todo o shopping soube quais eram os mimos. Os vendedores das lojas foram saudados com chuvas de confete que tiveram que limpar depois.

Quer saber? Foi um dos dias mais divertidos da minha vida.