O Balanço do Ano
2005 tá agonizando, e já não lhe resta mais do que um sopro de vida.
Eu comemoro, claro, mas também paro e olho por sobre os ombros pra ver o que é que ficou pra trás.
Quando a gente olha pra um tempo que já passou, ele não é uma pintura a traço, cheia de detalhes. É mais uma aquarela, sem limites definidos, e o que você vê são cores. Quanto mais se distancia, menos cores vê, e quando está bem longe só identifica o tom que domina a pintura.
Assim, olhando 2005, acho que foi um ano de luta. Foi também, desde que me lembro, o ano em que mais chorei. Tanto que ele acabou ficando com um gosto meio salgado. Mas também quando olho pra mim atravessando esse ano, sei que entrei nele menor do que estou saindo.
Em 2005, aprendi muito. Cada aprendizado me trouxe um centímetro a mais na altura, e foi assim que cresci bastante.
Foi um ano de mudanças, muitas. Mudei de emprego, mudei de blog, mudei a cor do cabelo, mudei de ponto de vista. Foi um ano que deu medo, e tive muito medo de perder pessoas que eu amo. Mas foi também um ano de coragem, de olhar as coisas que me deram medo e mesmo assim seguir em frente.
Foi um ano de reciclagem. Algumas pessoas ficaram de fora dessa vez. Teve gente que foi expulsa, e pela porta dos fundos mesmo já que por ali tinha entrado, e teve gente que simplesmente ficou pelo caminho. Como aquela blusa que você compra e simplesmente deixa no armário, não usa nunca mais, não era pra você.
Da mesma forma, teve gente que entrou, pela porta da frente. E vai ficar, porque quando se entra pela porta da frente de uma pessoa transformada, é para sempre.
Então vamos lá: do balanço do ano ao balanço das ondas (passando, fazer o quê, pelo balanço do avião), torcendo muito pra que esse 2006 seja, como disse um amigo muito querido, o melhor ano das nossas vidas!
Tin tin!